prof pedro em Estremoz

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Arquivo de conceitos_hista

Dúvidas para Exame Nacional

Aos estudantes do décimo segundo,

Para além das sessões de esclarecimento de dúvidas para o exame que tivemos nas duas últimas terças e quartas-feiras,

Amanhã, dia 21 de Junho, para os desesperados(as), estarei no Bar da Escola, às 10 horas, para esclarecer dúvidas para o Exame de sexta!

Passem a palavra… Até amanhã!

Bom trabalho!

atualizações

Alerta geral, ao cuidado de todos!

A pensar nos próximos testes… há atualizações importantes em todas as rubricas do site!

Bom trabalho!

Al-Qaeda

A Al-Qaeda (a base) é uma organização terrorista que pretende eliminar a influência ocidental nos países muçulmanos para no seu lugar instalar uma sociedade baseada no fundamentalismo islâmico. Nesse sentido incita a uma jihad (guerra santa) global para derrubar regimes de países de população predominante árabe ou muçulmana que considera corruptos ou anti-islâmicos. O objectivo é criar uma nação única muçulmana regida pela sharia (a lei islâmica). Países como os Estados Unidos da América são considerados inimigos porque impedem a criação da nação muçulmana ao tornarem-se aliados de governos considerados corruptos.
A organização terrorista Al-Qaeda teve a sua origem no Afeganistão, por altura da invasão desta nação muçulmana por parte da União Soviética em 1979. Osama Bin Laden, um saudita que viria a ser o líder da organização, foi um dos muitos muçulmanos deslocados para o Afeganistão para combater os invasores soviéticos. Ele próprio se auto-designou líder da jihad, tendo coordenado o grupo que orientava as brigadas muçulmanas internacionais que combatiam no Afeganistão.
Em 1989, ano em que os soviéticos retiraram do Afeganistão, Bin Laden formou a Al-Qaeda, rodeado por combatentes afegãos mujaedines. Nesse mesmo ano, regressou à Arábia Saudita, onde em 1991 se opôs à presença das tropas norte-americanas durante a guerra do Golfo. Em Abril desse ano mudou-se para o Paquistão, de onde passou em 1992 para o Sudão, uma nação que seguia à risca o islamismo.
Até 1996, Bin Laden, suportado pela sua imensa fortuna pessoal, formou uma enorme rede terrorista internacional, com células e elementos em cerca de 45 países. Desde 1992 tinha montado vários campos de treino no Sudão e pouco depois a organização começou a actuar. A Al-Qaeda diz ter sido a responsável por um ataque a pessoal norte-americano no Iémen, em 1992, e alega ter participado no ano seguinte numa operação contra tropas americanas em Mogadíscio, na Somália, que causou 18 mortos.
No entanto, o primeiro ataque terrorista comprovadamente atribuído à Al-Qaeda aconteceu em 1995, em Riade, na Arábia Saudita. Uma bomba colocada numa base conjunta de sauditas e norte-americanos causou a morte a cinco militares ocidentais.
Entretanto, devido à forte pressão exercida pelos Estados Unidos da América e pela Arábia Saudita sobre o Sudão, Bin Laden e cerca de 150 correligionários foram forçados a abandonar o país. Mudaram-se para o Afeganistão, nação então liderada pelos fundamentalistas islâmicos taliban, cujo chefe era Mullah Muhammad Omar. Bin Laden pagou enormes quantias ao amigo Mullah Omar para poder montar campos de treinos, onde também treinou milhares de combatentes taliban.
As acções terroristas da Al-Qaeda começaram a tornar-se cada vez mais visíveis. A organização foi responsável por diversos atentados, nomeadamente os ataques suicidas às embaixadas dos Estados Unidos da América no Quénia e na Tanzânia em 1998, que fizeram 224 mortos, e um ataque suicida marítimo contra um barco de guerra norte-americano ancorado no Iémen, que vitimou 17 militares.
Em Fevereiro de 2001, Bin Laden emitiu uma fatwa (depoimento) que anunciava a criação de uma nova frente mundial para a jihad contra os judeus e os cruzados do ocidente, tendo por objectivo matar os americanos, civis ou militares.
A organização de Bin Laden tornou-se internacionalmente conhecida por ter sido a autora dos atentados de 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos da América, que causaram cerca de três mil mortos. Dezanove terroristas desviaram quatro aviões de passageiros, dos quais dois fizeram chocar contra as Torres Gémeas de Nova Iorque (World Trade Center), um terceiro contra o edifício do Pentágono, em Washington, enquanto o quarto acabou por se despenhar num terreno vazio na Pensilvânia.
O objectivo da Al-Qaeda era enfraquecer economicamente os Estados Unidos da América e desmoralizar o governo e a população. Mas os norte-americanos responderam com uma guerra global ao terrorismo. A primeira acção foi uma grande operação militar lançada a 7 de Outubro de 2001 contra o regime taliban do Afeganistão. Várias bases da Al-Qaeda foram destruídas e muitos dos seus elementos mortos ou capturados. Em Novembro o regime taliban foi deposto.
Entretanto, até ao final de 2002 mais de três mil operacionais da rede terrorista foram detidos em cerca de 60 países, incluindo muitos dos líderes da organização.
Osama Bin Laden nunca foi capturado, permanecendo a dúvida se ainda estaria vivo.
Entretanto, a Al-Qaeda, ou grupos a ela ligados, conseguiram continuar a organizar atentados, nomeadamente na Tunísia, Indonésia, Koweit e Quénia.

Al-Qaeda. In Diciopédia X [DVD-ROM].
Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65262-1

FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente)

A FRETILIN, Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente, foi fundada em 20 de Maio de 1974 com o nome de ASDT (Associação Social-Democrática Timorense) e no programa do partido estava, entre outros, consagrada a independência de Timor-Leste, bem como um período de transição de 3 a 8 anos com reformas de ordem social, econónima e política no sentido de uma democracia-social.
Pouco depois as posições radicalizaram-se, apoiadas nas ideias do sargento Nicolau Lobato e a ASDT transformou-se na FRETILIN.
A posição radical tomada pela FRETILIN levou muitos timorenses a associarem-se a este partido, em oposição à UDT (União Democrática Timorense). Em Agosto de 1975, após uma breve coligação com a FRETILIN, a UDT encenou um golpe de estado, respondido pela FRETILIN com um contra-golpe que veio a desencadear uma guerra civil, à qual a administração portuguesa não conseguiu fazer frente, abandonando a ilha. Em 28 de Novembro a FRETILIN tomou o poder e declarou a independência de Timor-Leste. As forças armadas, as Falintil, foram formadas nesta altura.
A 7 de Dezembro desse ano Timor-Leste foi invadido e ocupado pelas forças da Indonésia. Os membros da FRETILIN refugiaram-se nas montanhas, passando a desenvolver acções de guerrilha contra o invasor.
Em Dezembro de 1978, Nicolau Lobato, líder militar da resistência, foi morto pelas forças indonésias e em 1981 a FRETILIN estava dizimada, devido aos ataques indonésios, que terão usado Napalm e o outros químicos na luta contra a resistência armada. Xanana Gusmão, então a chefiar as tropas do sector Oeste, dedicou-se à tarefa de reagrupar as tropas.
Os primeiros contactos entre Timor e a Indónesia ocorreram em 1983, com a proposta da Indonésia de conversações para a paz apoiadas por Xanana Gusmão. A FRETILIN apresentou então as suas pretensões: o levantamento do bloqueio naval; o contacto com o mundo exterior; a entrada de observadores internacionais e o envolvimento da ONU nas negociações de cessar-fogo.
Meses mais tarde o cessar-fogo foi violado pelo general indonésio Benny Murdani, que enviou mais militares para Timor-Leste com o objectivo de acabar com a resistência timorense. As Falintil, no entanto, sobreviveram a todos os ataques, tendo-se reagrupado graças aos esforços de Xanana Gusmão e ao apoio do povo timorense.
Em 1988, Xanana conseguiu a união das várias forças à volta da causa nacional no CNRM, o Conselho Nacional da Resistência Maubere. Neste conselho reuniam-se a FRETILIN, UDT, Renetil (a maior organização juvenil clandestina). No ano anterior, as Falintil haviam integrado os membros da UDT, tendo levado as chefias da FRETILIN a atribuir-lhe o estatuto de exército não partidário, sob o comando de Xanana Gusmão.
A resistência armada continuou activa, resistindo a golpes como a prisão e morte, em Junho de 1997, de David Alex, o número três da estrutura da FRETILIN, e a prisão de Xanana Gusmão, a 20 de Novembro de 1992. Este veio a ser amnistiado e libertado em Setembro de 1999, uns dias após o resultado do referendo sobre a autodeterminação dos timorenses, realizado a 30 de Agosto, no qual 78,5% dos votos foram a favor da independência.

FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente). In Diciopédia X [DVD-ROM].
Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65262-1

Endividamento Externo na América Latina

Em meados dos anos 80, os países da América Latina debatiam-se com um grave problema que travava todas as possibilidades de actualização do sistema social e de desenvolvimento: a dívida externa, de aproximadamente 493 biliões de dólares. Em 1985 reuniram-se em assembleia alguns dos países hispano-americanos, na cidade de Havana, chegando à conclusão de que era totalmente impossível pagar esta dívida e a colocar a possibilidade de interromper o pagamento de salários. Este estado preocupou os países credores, assim como o Fundo Monetário Internacional. O endividamento da América Latina teve origem em factores como uma sucessão de golpes de Estado e rebeliões que se sucederam ao longo do século XX, agravada a situação pela redução das relações comerciais entre estes países e a Europa durante a Primeira Grande Guerra, pela cisão do mundo em duas partes políticas e económicas após a Segunda Guerra Mundial (passando estes países a ter ainda menos peso a partir desta altura) e pelo monopólio comercial detido por uma série de grandes empresas norte-americanas (o que não permitiu o desenvolver empresarial autóctone e criou uma elevada dependência externa). O Brasil é o país com uma maior dívida externa, que ascende a cerca de 136 biliões de dólares, seguindo-se o México, com uma dívida de 125 biliões e a Argentina, com 68 biliões. Estas dívidas foram criadas por factores como o investimento do capital internacional em países com novos mercados em alternativa aos da América Latina, como os asiáticos, e no investimento em países em vias de desenvolvimento. Agravou igualmente o facto de em 1979 os Estados Unidos terem aumentado as taxas de juro, ao valorizarem o dólar, tendo-se por conseguinte exacerbado a gravidade da dívida externa. Em meados dos anos 80 o Caribe e a América Latina tinham chegado a atingir um nível de produção comercial que permitia antever um futuro optimista em relação ao pagamento desta dívida, tendo contudo este pico decrescido rapidamente no espaço de poucos anos, desenvolvendo-se uma difícil situação económica, social e política.

Endividamento Externo na América Latina. In Diciopédia X [DVD-ROM].
Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65262-1

Conflito israelo-palestiniano

O conflito israelo-palestiniano tem início em 1967, quando, na sequência da Guerra dos Seis Dias, Israel ocupa a Margem Ocidental do Jordão (território de 5400 km2 e cerca de 900 000 habitantes, 97% dos quais palestinianos, mas em que as melhores terras são de colonos judeus) e a Faixa de Gaza (com 1000 km2 e cerca de 600 000 habitantes, palestinianos, só formalmente israelita em 1973), ambos até 1994. Após essa data, negociações entre Israel e a OLP originam um acordo de autonomia limitada para os palestinianos em Gaza e grande parte da Margem Ocidental, ambos os territórios à espera de estatuto definitivo.

Historicamente, há um conjunto de factos e situações que ajudam a definir este grave problema israelo-palestiniano. Em 1977, o presidente do Egipto Anwar al Sadat visita Israel, dadas as possibilidades de autonomia para a Palestina.
No ano seguinte (1978), os Acordos de Camp David não chegam a ser cumpridos, endurecendo Israel a sua posição e propondo mais colonatos para aquelas regiões.
Em 1985, toda a Margem Ocidental é controlada directamente por Israel. É feita concessão de independência à Palestina, paralelamente a tentativas de paz para a região que, contudo, se goraram pela recusa da OLP em reconhecer o Estado de Israel e a recusa deste em negociar com o que consideram ser uma organização terrorista. A violência árabe nos territórios ocupados é frequente. Em Janeiro de 1988, acontece a intifada, com greve de 120 000 palestinianos que trabalhavam em Israel, país que exerce uma dura repressão, não se antevendo, porém, uma solução de longo prazo. Nesse mesmo ano, a Jordânia abandona os laços que mantinha com a Margem Ocidental, permitindo à OLP declarar um Estado independente palestiniano. A OLP aceita a Resolução 242 da ONU, reconhecendo o direito à existência de Israel.
Em 1992, com a chegada da coligação trabalhista de Yitzhak Rabin ao poder, são visíveis progressos relativamente à paz. Paralelamente, o Hamas, grupo islâmico palestiniano acusado de muitos atentados antijudeus, com dezenas de mortos, opõe-se a qualquer acordo com Israel e cativa muitos palestinianos.
Inúmeras questões, porém, encontram-se em aberto neste conflito. Com as anexações da Faixa de Gaza e da Margem Ocidental, Israel hesita entre conceder cidadania aos árabes ou excluí-los do processo democrático. O crescente poder do Hamas e da resistência armada palestiniana traz dificuldades à incorporação dos territórios ocupados em Israel, onde alguns grupos de direita os consideram parte de Israel. A maior parte da população dos territórios ocupados apoia a OLP, havendo, contudo, algumas divergências no seio desta. Os mais radicais não alinham na moderação Yasser Arafat, líder da OLP. Israel tem que manter a lei e a ordem e ao mesmo tempo conter os extremistas, para além de ter que concretizar os Acordos de Oslo, de 1993.
Outra questão importante é a da invasão do Sul do Líbano em 1982, para conter os ataques do Hezbollah e da guerrilha palestiniana a partir daquele país.
O processo de paz entre Israel e a OLP começa com o Acordo B de Oslo, em 1995. Alarga-se a autonomia para a Margem Ocidental e aumenta o território governado pela ANP (Administração Nacional Palestiniana), que antes se estendia apenas à Faixa de Gaza e a Jericó e, em fins de 1995, inclui mais 6 cidades da Margem Ocidental. Em Janeiro de 1997, depois de atrasos e de relutâncias, Israel devolve também Hebron. Porém, a desconfiança mútua e a violência ameaçam o processo de paz, antes de se chegar ao debate do “estatuto final”. Do mesmo modo, não se cumpre o prazo de retirada das tropas israelitas das zonas rurais. Yasser Arafat, “presidente” do Conselho Executivo Palestiniano, eleito em 1996, arrisca-se permanentemente a perder credibilidade e apoio entre os palestinianos radicais.
Em Novembro de 1995, Yitzhak Rabin é assassinado.
Sucedem-se acções de guerrilha do Hamas, todas elas sangrentas, como foram os ataques suicidas em Israel em meados de 1996, retaliando o assassinato de um líder bombista do Hamas por forças de segurança israelitas. Esta agitação e violência aumentaram a pressão sobre o governo de Israel para circunscrever e isolar as zonas autónomas palestinianas.
Ainda em meados do mesmo ano, o governo israelita de direita de Benjamin Netanyahu, partidário de uma posição mais dura e menos preparado para o fim do estabelecimento de colonatos judeus na Margem Ocidental, foi, apesar de tudo, pressionado para manter os acordos de paz. Procedeu-se à libertação de alguns presos políticos palestinianos. Porém, os conflitos em alguns locais sucederam-se, tendo-se agravado em Setembro/Outubro de 2000. Esta situação pôs em causa o processo de paz.

Conflito israelo-palestiniano. In Diciopédia X [DVD-ROM].
Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65262-1